Sérgio Vaisman

 

Minha Opinião

   

Artigos

   

News

 

    Artigos

Links

   

Fale Comigo

   
       

Imprimir
Clique aqui para imprimir

VITAMINA C E DIABETES
De acordo com um estudo de coorte, prospectivo e de base populacional publicado no número de 28
de julho do Archives of Internal Medicine, os indivíduos com concentrações elevadas de vitamina C
no plasma e aqueles que ingeriam maior quantidade de frutas e verduras (ainda que em menor
grau) apresentavam risco menor de desenvolver diabetes mellitus tipo II.
Segundo Dra. Anne-Helen Harding, PhD, da University of Cambridge, Reino Unido e seus
colaboradores do estudo European Prospective Investigation of Cancer–Norfolk, “estudos
epidemiológicos sugerem que um grande consumo de frutas e verduras pode reduzir o risco de
diabetes tipo II, contudo, as evidências epidemiológicas eram inconclusivas. A concentração
plasmática de vitamina C é um marcador eficiente do consumo de frutas e verduras, mas não
conhecemos nenhum estudo prospectivo que tenha examinado a sua associação com o risco de
diabetes. Este trabalho tem como objetivo avaliar o quanto a concentração plasmática dessa
vitamina e a ingestão de frutas e verduras estavam associadas à redução da incidência de diabetes
tipo II”.
Entre 1993 e 1997, 21.831 indivíduos saudáveis, com idades variando entre 40 e 75 anos,
participaram desta pesquisa, sendo submetidos à aferição da concentração plasmática de vitamina C
no início do trabalho, além de responder a um questionário semiquantitativo sobre seus hábitos
alimentares para avaliar o seu consumo habitual de frutas e verduras. Entre fevereiro de 1993 e
dezembro de 2005, após um período de acompanhamento de 12 anos, ocorreram 735 casos novos
de diabetes.
Os níveis plasmáticos de vitamina C apresentaram uma associação significativa e inversamente
proporcional ao risco de diabetes. Após o ajuste de variáveis demográficas, antropométricas e de
hábitos de vida, os indivíduos com concentrações plasmáticas de vitamina C entre os níveis 20%
mais elevados apresentavam odds ratio (OR) de 0,38 (intervalo de confiança [IC] de 95%, 0,28 –
0,52). Da mesma forma, OR ajustado para diabetes entre os 20% de pacientes que consumiam
mais frutas e verduras era de 0,78 (IC de 95%, 0,60 – 1,00).
Os autores informaram que “as concentrações plasmáticas elevadas de vitamina C e, em menor
grau, o consumo de frutas e verduras estiveram associados a um risco menor de diabetes. Esses
resultados realçam a importância da dieta rica em frutas e verduras como uma estratégia de
prevenção do diabetes para as autoridades de saúde pública”.
As limitações deste estudo incluem o possível erro na aferição da quantidade da dieta, a ausência de
dados sobre as concentrações de vitamina C nas frutas e verduras ingeridas por cada participante, o
diagnóstico de diabetes baseado em comunicação individual e outros potenciais fatores de confusão.
Os pesquisadores concluem que “esses achados de uma associação consistente entre a redução de
risco de diabetes, a concentração de vitamina C e a quantidade de frutas e verduras ingeridas
necessitam de confirmação através de outros estudos prospectivos e com desenho específico.
Entretanto, a associação observada neste trabalho, somada a uma explicação biológica plausível,
fornece uma evidência convincente dos benefícios que o consumo de verduras, frutas e vitamina C
possui sobre o risco do diabetes. Como esses alimentos são uma grande fonte desta vitamina, os
achados sugerem que mesmo o consumo em pequenas porções pode ser suficiente para reduzir este
risco. Tal proteção também parece tornar-se maior à medida que se aumenta o consumo desses
alimentos”.
O estudo European Prospective Investigation of Cancer–Norfolk é financiado por doações das
seguintes instituições: Cancer Research Campaign; Medical Research Council; Stroke Association;
British Heart Foundation; Department of Health; Commission of the European Union's Europe
Against Cancer Programme; Research Into Ageing e do Department for Environment, Food and
Rural Affairs. Três autores deste trabalho receberam financiamento. Os demais autores declararam
não possuir conflito de interesses.

(Fonte: Laurie Barclay
Arch Intern Med. 2008;168:1493-1499)
 
Home