A obesidade infantil é uma preocupação crescente para os pais, bem como para os profissionais da saúde. A prevalência de obesidade em crianças nos Estados Unidos aumentou em 100% de 1980 a meados da década de 1990. E as conseqüências deste aumento de peso são muito sérias. Pela primeira vez nos últimos séculos os estudos que vem sendo publicados em revistas médicas do mais alto nível, como por exemplo, no “New England Journal of Medicine”, apontam para uma redução na expectativa de vida da humanidade devido às futuras conseqüências da obesidade infantil.
No Brasil vemos um aumento assustador das cirurgias bariátricas, mais conhecidas como cirurgias para a redução do estômago. As estatísticas mostram que mais de 550 brasileiros se submetem as cirurgias para redução de peso por semana. Essa cirurgia apresenta um risco de complicações em 10% dos casos, com taxa de mortalidade entre 0,5 e 1%.
Todo esse desgaste na saúde física e emocional poderia ser evitado com um estilo de vida mais adequado na infância, com uma alimentação mais saudável e mais atividade física.
O aumento do peso trás sérias complicações na saúde das crianças, incluindo diabetes, hipertensão arterial, níveis elevados de colesterol e problemas ortopédicos, como dor nas articulações. A auto-estima também diminui quando as crianças estão com sobrepeso. Na escola os apelidos cruéis ferem ainda mais a auto-estima das crianças obesas. Todos esses fatores podem ser inclusive motivos de dificuldade escolar e de problemas de entrosamento na escola.
PORQUE AS CRIANÇAS ESTÃO FICANDO OBESAS?
Embora existam fatores genéticos que facilitem o ganho de peso, esses fatores não podem explicar a recente epidemia de obesidade infantil, que triplicou nos últimos 30 anos. Segundo o médico Dr. David Ludwig diretor do programa do “Optimal Weight for Life” do Hospital da Criança de Boston, os genes não são o problema para a grande maioria das pessoas, ou seja, além de fatores genéticos existem outros fatores como alimentação, atividade física e estrutura familiar que podem ser responsabilizados por esta epidemia de obesidade.
VAMOS INICIAR PELA ALIMENTAÇÃO
Os alimentos que compõem nosso cardápio mudaram muito. Em 1950, as pessoas comiam “fast food”, pizzas e outros lanches talvez uma vez por mês, em ocasiões especiais. Agora, esses alimentos, fazem parte do cardápio da maioria das crianças, pelo menos uma vez por semana e são servidos em enormes porções, que vem se tornando cada vez maiores. Esses alimentos têm um enorme número de calorias por mordida, e não tem fibra, de modo que podem facilmente ser mastigados e consumidos rapidamente, antes que o corpo tenha tempo para registrar as calorias que estão sendo consumidas.
Esses alimentos também têm um alto índice glicêmico, que é o aumento da glicose sanguínea que ocorre após a pessoa comer alimentos que contenham carboidratos. O alto índice glicêmico das dietas têm sido associado a um aumento dos níveis de insulina e pode contribuir para o ganho de peso excessivo. Alguns estudos têm demonstrado que a alta carga glicêmica nas refeições causa aumento da fome e faz com que uma pessoa queira comer mais durante o dia.
Para a evitar a obesidade, as crianças deveriam comer menos lanches, e mais frutas, legumes, feijões, castanhas e cereais integrais com proteínas e óleos saudáveis como o azeite, o abacate, as nozes e as gorduras ómega 3. Mesmo as escolas podem estar contribuindo para o problema da obesidade através da inclusão de lanches e salgadinhos em seus menus além dos refrigerantes.
Os refrigerantes e sucos artificiais, cheios de açúcar, frutose e outros componentes calóricos, ingeridos rapidamente, são outra provável razão para o aumento da obesidade infantil. Eles fazem o açúcar no sangue subir rapidamente e cair em seguida criando um verdadeiro vício por doces, farinhas, sucos, refrigerantes e outros alimentos altamente calóricos.
A obesidade infantil parece ser a conseqüência da falta de alimentos saudáveis na dieta das crianças.
ATIVIDADE FÍSICA
Atualmente, as crianças ao invés de brincar ao ar livre, com outras crianças, estão passando uma quantidade enorme de horas na frente da televisão, do computador e dos videogames o que está claramente associado à obesidade. Além disso, quanto mais tempo ficam na frente de uma tela, mais vão perdendo as habilidades esportivas e o prazer dessas atividades. Muitas vezes, enquanto as crianças estão assistindo à TV, elas ainda ficam tomando refrigerantes e beliscando alimentos altamente calóricos.
As crianças são também bombardeadas pela publicidade de alimentos não saudáveis na televisão. Os esforços dos pais para ensinar as crianças a comer de forma saudável estão sendo prejudicados pela televisão.
A ESTRUTURA FAMILIAR
O terceiro fator que contribui para a epidemia da obesidade é o excessivo estresse nas famílias atualmente. Os pais trabalham muito, ficando cada vez mais tempo ocupados com suas atividades profissionais, e cada vez com menos tempo para se dedicar a alimentação dos filhos e para fazer atividades físicas com eles, como por exemplo: ciclismo, caminhar, correr, caminhar, nadar ou patinar. A resposta ao problema da obesidade é muito simples. Precisamos voltar às formas mais tradicionais de alimentação, de exercício e estar compromissados com a volta a uma alimentação mais natural.
(retirado do site www.clinicaberenicewulkeblanes.med.br) |
|