Sérgio Vaisman

 

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Ácido Nicotínico de Liberação Programada para tratamento da Dislipidemia Diabética
Dislipidemia é uma condição clínica comum em pacientes diabéticos e contribui para aumentar o risco cardiovascular. O uso das estatinas diminui o LDL-colesterol no sangue e reduz o risco cardiovascular e a incidência de doença coronária na população diabética com hipercolesterolemia. O ácido nicotínico(Metri) é outro medicamento hipolipemiante com significativa eficácia para o tratamento da "dislipidemia diabética" devido ao seu mecanismo de ação que bloqueia a liberação de ácidos graxos do tecido adiposo e diminui o número de partículas pequenas e densas de LDL. Além disso, o ácido nicotínico(Metri) é considerado o melhor fármaco hipolipemiante para elevar os níveis séricos de HDL-colesterol. Devido ao fato do ácido nicotínico(niacina) poder aumentar os níveis séricos de glicose, uma avaliação de risco/benefício deve ser considerada nos pacientes diabéticos com dislipidemia. O ácido nicotínico em formulação de liberação programada (intermediária) , pode ser prescrito uma vez ao dia e evita os efeitos colaterais(flushing) e a hepatoxicidade das formulações de liberação prolongada .
Grundy e colaboradores avaliaram a eficácia e a tolerabilidade da formulação de liberação programada do ácido nicotínico no tratamento da dislipidemia em pacientes diabéticos. Os pacientes foram randomizados para receber placebo, 1000 mg ou 1500 mg de ácido nicotínico de liberação programada, para uma dose diária por 15 semanas. Os pacientes que estavam utilizando estatinas continuaram a usá-las sem interrupção.
O estudo mostrou uma significativa eficácia do ácido nicotínico em dose única por dia e liberação programada, com significativo aumento no HDL-colesterol dos pacientes. O grupo que utilizou 1500 mg de ácido nicotínico mostrou uma redução importante nos níveis de triglicérides. No estudo da tolerabilidade, houve um aumento na glicohemoglobina neste grupo. Os níveis séricos de glicose não foram afetados no tratamento com o ácido nicotínico, provavelmente como um resultado de alterações na terapia antidiabética em alguns pacientes. Não houve diferenças nos eventos adversos entre os grupos, exceto "flushing", que ocorreu mais significativamente no grupo tratado mas que raramente causou discontinuação do medicamento. Não se detectou aumento nos níveis séricos de enzimas hepáticas maior que três vezes o limite superior do normal.
Os autores concluíram que o ácido nicotínico de liberação programada, nas dosagens de 1000 a 1500 mg, uma vez ao dia é eficaz em aumentar o HDL-colesterol sérico e , com dosagem maior diminui os níveis de triglicérides. Enfatizaram também que nenhum efeito colateral importante ou alteração significativa nos níveis de glicose foram observados, e ambas as dosagens de ácido nicotínico foram bem toleradas. O potencial de efeitos negativos no discreto aumento na glicohemoglobina, no grupo que utilizou 1500 mg de ácido nicotínico é provavelmente não significativo consideranto a redução do risco induzido pela "dislipidemia diabética". Portanto, o ácido nicotínico , de liberação programada, uma vez ao dia, deveria ser considerado com ou sem estatinas, no tratamento da dislipidemia em pacientes com diabetes mellitus.
Fonte: Grundy SM, et al. Efficacy, safety, and tolerability of once-daily niacin for the treatment of dyslipidemia associated with type 2 diabetes. Arch Intern Med July 22, 2002;162:1568-76.
 
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