Sérgio Vaisman

 

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A industria controla a tua pressão arterial

A prática da Medicina tem adquirido aspectos muito singulares.Os órgãos que comandam sua atuação determinam o tempo de evolução das doenças assim como as medidas que devem ser tomadas frente aos problemas e, com isso, os médicos seguem a “cartilha” conforme lhes são vendidas e a industria farmacêutica (a BIG PHARMA) é quem acaba por lucrar com tudo isto.
Um bom exemplo dessas resoluções está na definição da hipertensão arterial, ou pressão alta. Neste ano haverá um encontro cientifico do America´s National Institute of Health onde se discutirá se os pontos determinantes para a hipertensão arterial devem ser modificados mais uma vez. Atualmente, uma pressão arterial considerada NORMAL deve ficar, no maximo, em 12 por 8 (120x80mmHg). Ate o ano de 2003, a leitura da pressão arterial admitia como normal uma pressão mínima (diastólica) de 9.O bom senso do medico que avaliava o caso prevalecia sempre de acordo com os fatores que influenciavam o comportamento dessa pressão.
Se um maior numero de pessoas passar a ser considerada portadora de pressão arterial elevada, isto é, acima de 12 por 8, mais medicamentos passarão a ser necessários para o tratamento e, por conseguinte, mais lucros serão empilhados nos cofres das industrias farmacêuticas. Entretanto, um pequeno numero de pesquisadores tem clamado por bom senso pois discordam terminantemente com as normas que fizeram a modificação na leitura da pressão arterial normal nos últimos anos.Eles alegam, com muita propriedade, que a pressão arterial não é uma constante e muitos são os fatores que fazem com que ela oscile num curto espaço de tempo.Infelizmente, com atendimentos médicos realizados com muita rapidez, o profissional observa níveis de pressão acima do que é considerado normal e passa a “condenar” o paciente a tomar medicamentos estabilizadores da pressão por toda a vida, muitas das vezes.Com isso, já podemos constatar que existem alguns milhões de pessoas neste mundo em uso crônico de remédios para controle de pressão arterial sem nenhuma razão para se submeterem a isso, ou seja, de forma absolutamente desnecessária. Ora, se há alguns poucos anos, o medico considerava normal uma pressão de 13 ou 14 por 8, ou ate 9, avaliando situações pelas quais o paciente passava, atualmente muitos passaram a ser afetados por esse critério que coloca todos os que são surpreendidos em faixas de pressão acima da recomendada como candidatos à tomada de remédios para sempre.Se sabemos que muitas pessoas são vitimas da “sindrome do jaleco branco” (apavoram-se frente ao medico e apresentam elevação transitória da pressão arterial), como poderemos ter certeza da necessidade de se tratar todos com remédios? Por que não se avaliar mais atentamente cada caso e propor mudanças no estilo de vida (controle de peso, cuidados alimentares, principalmente sal e gordura etc.) para se evitar uso de medicamentos? Essa analise individual dá muito mais trabalho e tudo pode ser simplificado com uma receita que se compra na farmácia, não é mesmo? Mas será que a industria fabricante de remédios se interessa por campanhas educacionais de melhora de estilo de vida? Certamente NÃO. Os remédios precisam ser vendidos e consumidos cada vez mais!
Se forem aceitos os argumentos dessa minoria de cientistas que proclamam o bom senso no discernimento frente a hipertensão, a industria dos remédios não gostará e isso acabará por ser uma má noticia para ela. Entretanto, é provável que nada mudará pois a força dos “lobbies” é maciça e não deverá permitir que alguns poucos pesquisadores sirvam de estorvo para tão grandes projetos de crescimento industrial.
(maio de 2011)


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