Por que os medicos não compreendem bem a depressão? |
Os medicos fazem parte de uma corrente científica que se acostumou a reduzir determinadas situações a condições muito restritas.Desta forma, acreditam que podem entender tudo de forma muito simplista.Assim, o grande feito para o médico é tornar-se um especialista, alguém que sabe mais sobre uma função em particular, órgão ou parte de um órgão do que seus colegas.
Este reducionismo é o inverso do holístico, onde o profissional tenta entender um problema específico avaliando um largo espectro de possibilidades, situação esta cada vez mais rara nos nossos tempos.
Tornando-se bem mais um especialista do que um generalista, o medico peca no reconhecimento da maior influencia sobre a saúde que é a nossa mente. Nossos pensamentos, sonhos, esperanças e medos constituem importantes partes no nosso bem-estar, conforme confirmado pela World Health Organization (WHO).
Num estudo envolvendo 245.000 pessoas, a WHO descobriu que depressão é muito mais desabilitante do que angina, artrite, asma e diabetes, por exemplo.Isso significa que nossos pensamentos são mais “reais” e podem produzir mais reações palpáveis do que as doenças mais reconhecidas como mortais.
Os medicos terão que lidar com todas as formas de depressão mas o reconhecimento individual de suas causas será, na maioria das vezes, desprezado. O entendimento da existência de insatisfações, frustrações e desencantamentos são geralmente deixados de lado.A conduta mais freqüente e simplista é a de se prescrever antidepressivos, como se isto pudesse resolver a situação de todos, alem de se recomendar que se procure distrair mais com coisas ou pessoas prazeirosas.
É claro que temos o direito de nos sentirmos deprimidos frente a situações ocasionais.É claro também que quando esta situação é amenizada, passamos a nos sentir melhor. Nestes casos,antidepressivos para que?
Imaginemos que em muitas situações
,nossas reações mentais não sejam apenas complementos de nossas doenças mas,ao contrario, sejam suas verdadeiras causas. Quando os médicos compreenderem isso melhor, o que farão com os seus antidepressivos?
(fevereiro de 2012)
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