Sérgio Vaisman

 

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A "POLIPÍLULA"

O British Medical Journal(BMJ),um dos mais conceituados periódicos médicos do mundo,publicou recentemente um artigo onde cientistas propalavam o desenvolvimento de uma "polipílula",uma medicação que consiste em associar seis diferentes tipos de drogas com o objetivo de reduzir os riscos de doenças cardíacas em cerca de 80%.
Essa proposta se trata de um inacreditavel exagero no que diz respeito aos efeitos protetores que cada substancia,isoladamente,possa dar para conseguir esse objetivo.
Na sua essência,tudo isso implica em se afirmar que os fatores de risco representam as verdadeiras causas para os eventos cardio-circulatórios.Temos que considerar os efeitos colaterais de cada um dos elementos inseridos nessa mágica pílula.Existe um princípio básico em Medicina,ao se iniciar um tratamento com medicamentos:uma substância de cada vez para que,se o paciente apresentar algum efeito colateral,podermos facilmente identificar a causa e,por conseguinte, alterar a prescrição.
A "polipílula" inclui 3 substancias que diminuem a pressão arterial:
-tiazída:é um diurético que pode se associar a alergias cutâneas,aumento à sensibilidade da luz solar,cãimbras nas pernas e perda de potássio;
-beta-bloqueador:pode se relacionar com sensação de fadiga e impotência sexual;
-inibidor de enzima conversora de angiotensina(ACE):entre outros efeitos,pode produzir tosse cronica.
...e a pressão arterial?Poderá baixar de forma indesejada.
A seguir,inclui-se a aspirina que pode produzir reações alérgicas,problemas gástricos e agravar quadro de anemia por carência de ferro.Deve,por certo,ser indicada a quem não apresente contra-indicações a ela.
Para piorar,a polipílula inclui o que considero como uma das mais insidiosas TOXINAS que tem sido regularmente prescritas aos humanos:estatina (droga para reduzir o colesterol).
As estatinas,diferentemente das drogas de efeitos tóxicos conhecidos,como os quimioterápicos,trazem um gradual e insidioso estado de cansaço e fadiga,fraqueza muscular e outros,que se manifestam gradativamente,ao longo dos anos de uso.Existem comprovadas evidencias de que as estatinas se relacionam com aumento da incidência de cancer,neuropatias periféricas,distúrbios cognitivos(mentais),sem se falar no agravamento de casos de depressão.
A única substancia da referida pílula que poderia somar efeitos benéficos é o ácido fólico que,além de proteger contra radicais livres,ajuda a diminuir os níveis de homocisteína,aminoácido implicado em aumento de incidencia de problemas circulatórios.
O que me faz ficar perplexo é o fato de que a produção dessa pílula seria para consumo em massa,sem exame médico prévio,para todo e qualquer indivíduo que quisesse usa-la.De acordo com o editor do BMJ,Richard Smith,ela poderia ser deglutida até com vinho ou cerveja,na mesa de um bar.Voce poderia se imaginar passando uma noite maravilhosa num bar,ao lado de amigos,tomando vinho ou cerveja juntamente com uma pílula e descobrir que ficou impotente devido a um beta-bloqueador,tossindo por causa do inibidor da ACE,tendo terríveis cãimbras pelo diurético e acordando na manhã seguinte com perdas de memória devido às estatinas?Belo programa,hein?É claro que podem haver exageros no que tratamos mas,pelo amor de Deus,que barbaridade fazer com que o consumo desse aglomerado de medicamentos se faça para o público,em geral,sem qualquer tipo de avaliação individual!!!
Se passamos a ser ingênuos suficientemente para acreditar que ficamos doentes após os 55 anos de idade e,para nos proteger,devemos ingerir qualquer tipo de lixo tóxico recomendado pelos cientistas em comum acordo com as indústrias farmaceuticas,algo de irracional está nos assolando cada vez mais.

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